Escrever é um ato de escuta. Não apenas das palavras que nos chegam de dentro, mas também dos silêncios que nos habitam. Há uma leveza que se revela quando a escrita nasce sem esforço, como se as palavras estivessem apenas à espera do instante certo para pousar na página, tal como as folhas de outono que se deixam cair, confiantes, sabendo que o vento as guiará.
A leveza da escrita não significa ausência de profundidade. Pelo contrário, é muitas vezes na simplicidade das frases e na suavidade das imagens que encontramos o caminho para o essencial. É quando deixamos de lutar com as palavras que elas ganham asas e começam a falar por nós.
Gosto de pensar que cada texto é um fio invisível que me liga a quem o lê. Um fio feito de emoção, memórias e partilhas, tecido com cuidado para que não pese, para que quem o encontre sinta apenas a fluidez de uma conversa silenciosa.
A escrita leve não tem pressa. Não exige. Apenas convida. E quando nos sentamos com ela, quando lhe damos tempo e espaço, percebemos que há uma melodia interior que nos conduz. É essa melodia que transforma um simples texto numa janela aberta para o coração.
Escrever com leveza é aceitar ser instrumento e não dono das palavras. É confiar que, no encontro entre a mão que escreve e a alma que sente, há sempre uma centelha de verdade pronta para se acender.
Ana Bela Dinis
Autora
Apaixonada pela vida e pela escrita!
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