Viagens

Viajar é muito mais do que percorrer quilómetros ou somar destinos num mapa. Viajar é abrir a alma ao desconhecido e permitir que cada lugar nos transforme, silenciosamente, por dentro. Há viagens que se fazem de malas e bilhetes, outras que começam quando fechamos os olhos e escutamos o que nos habita.

Gosto de pensar que cada viagem é uma história em movimento. São os rostos que encontramos, os cheiros que nos ficam na memória, os silêncios que nos acolhem quando olhamos uma paisagem imensa. Viajar não é apenas sair de um lugar, é permitir que os lugares entrem em nós e nos deixem marcas invisíveis.

Há viagens exteriores, feitas de caminhos, estradas, barcos e aviões. Mas há também as viagens interiores, aquelas que fazemos em busca de nós mesmos. São as mais profundas, porque não têm mapas, não têm bússolas nem fronteiras. São feitas de perguntas, de encontros inesperados e, muitas vezes, de silêncios reveladores.

Cada viagem traz consigo uma promessa: a de nos mostrar algo novo, mesmo que seja apenas um detalhe esquecido na pressa dos dias. Uma árvore solitária numa colina, o riso de uma criança na rua, o sabor de um pão quente partilhado com estranhos que, por instantes, parecem amigos de sempre.

Viajar é aprender a agradecer. Agradecer os caminhos que nos levam, as pessoas que nos acolhem, as histórias que se cruzam com as nossas e os horizontes que se abrem. É descobrir que o mundo é imenso, mas que há uma linguagem comum feita de sorrisos, gestos e olhares.

No fundo, cada viagem é um regresso. Voltamos sempre diferentes, mais leves ou mais cheios, mas sempre transformados. E é nessa transformação silenciosa que reside a verdadeira beleza de viajar.

Ana Bela Dinis

Autora

Apaixonada pela vida e pela escrita!

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